No dia seguinte ao funeral do Presidente Gordon B. Hinckley, todos os Apóstolos se reuniram no templo para orar e confirmar o chamado feito pelo Senhor ao Presidente Thomas Spencer Monson para ser o novo profeta e presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
O anúncio oficial a todos os membros da Igreja e ao mundo foi feito no dia 4 de fevereiro de 2008. Essa foi a maneira de o Senhor nos revelar e confirmar que o Presidente da Igreja está encarregado de receber revelações de Deus para Sua Igreja e que, como profeta por Ele escolhido, poderá transmitir Suas palavras para nós e nossa geração nestes últimos dias.
Essa revelação não deve ser recebida levianamente, pois trará grandes conseqüências para o nosso futuro espiritual e temporal. Nossa responsabilidade, portanto, é apoiar o novo Presidente da Igreja como profeta e líder, lembrar-nos dele em nossas orações e dar ouvidos aos seus conselhos e instruções.
Como podemos ser abençoados por saber que temos um profeta vivo e por termos um testemunho a esse respeito? Primeiro: seremos edificados por saber por nós mesmos, individualmente, que o chamado é verdadeiro; segundo: ao decidir seguir os conselhos dos profetas; e terceiro: ao fazer o convênio de obedecer aos mandamentos do Senhor. Analisemos cada uma dessas bênçãos.
Primeiro: a criação do sentimento de edificação, para literalmente estabelecer a casa de Deus em nós mesmos, em um templo íntimo, vem por meio do conhecimento da verdade. Ter um testemunho, na verdade, é saber por nós mesmos o que é verdadeiro e, depois, vivê-lo.
O que é um profeta? Como sabemos que ele é um profeta verdadeiro de Deus? O profeta é chamado por Deus para falar em Seu nome. Ele é um pregador da retidão, um porta-voz do Senhor e sempre dirá as coisas que o Senhor deseja revelar ao Seu povo. O papel do profeta não é somente ser o portavoz, mas também ser um líder, e precisamos ter o testemunho de que ele tem o conhecimento que nos ajudará a voltar a viver na presença de nosso Pai Celestial (The Prophet- Leader, Matthew O. Richardson). Por esse motivo, o profeta é chamado também de Presidente da Igreja. Ele preside e lidera em retidão. Ele nos ensina a maneira de nos tornarmos espiritual e materialmente autosuficientes. Esse também é o motivo da Igreja de Jesus Cristo existir hoje na Terra. Somos considerados um povo diferente, como o povo de Israel, que era conhecido como “povo escolhido” e se destacava de todos os outros. Eles também tinham um profeta.
Segundo: a decisão de aplicar o processo, ou seja, seguir a orientação do profeta vivo, decorre do conhecimento de que as palavras dos profetas são verdadeiras. Um profeta é chamado por Deus: “E o sepultaram, e todo o Israel o pranteou, conforme a palavra do Senhor, a qual dissera pelo ministério de seu servo Aías, o profeta” (I Reis 14:18). Ele deve permanecer fiel ao seu chamado da mesma forma que devemos permanecer fiéis aos convênios batismais ou ao sacerdócio. Ele é o único que fala ao povo em nome de Deus. Sua palavra guiará a causa de Sião: “Portanto vós, ou seja, a igreja, dareis ouvidos a todas as palavras e mandamentos que ele vos transmitir à medida que ele os receber, andando em toda santidade diante de mim; pois suas palavras recebereis como de minha própria boca, com toda paciência e fé. Porque, assim fazendo, as portas do inferno não prevalecerão contra vós; sim, e o Senhor Deus afastará de vós os poderes das trevas e fará tremerem os céus para o vosso bem e para a glória de seu nome. Pois assim diz o Senhor Deus: Inspirei-o a promover a causa de Sião com grande poder voltado para o bem; e conheço sua diligência e ouvi suas orações. Sim, vi seu pranto por Sião e farei com que já não se lamente por ela; pois chegados são os dias de seu regozijo pela remissão de seus pecados e pelas manifestações de minhas bênçãos sobre suas obras” (D&C 21:48). É sempre dada ao profeta a visão de como se moldar a fim de se tornar um profeta de Deus, apesar de suas fraquezas e de sua condição mortal. O Senhor o conhece e o ajudará, e é necessário que o aceitemos como ele é e que o apoiemos como profeta.
Terceiro: fazer convênios de obedecer ao profeta vivo vem por meio do conhecimento da vontade e da mente do Senhor, como reveladas pelo Seu profeta. Um profeta sempre trará a mensagem do Senhor e não a sua própria mensagem. Pela revelação pessoal (oração) vamos reconhecer as palavras de Deus, à medida que forem ensinadas pelo profeta. Não haverá questionamentos, dúvidas, nem hesitação, porque ele é realmente um homem de Deus e Seu representante na Terra.
Em resumo, nosso futuro espiritual e temporal depende de como, em nossos dias, aceitamos o Presidente Thomas S. Monson como nosso líder espiritual e guia na Terra. Ele sempre confirmará os ensinamentos de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor, quando compartilhar o verdadeiro conhecimento da mente e da vontade de Deus a Seus discípulos, pois “a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).
Como Presidência da Área, chamados pela Primeira Presidência para dirigir a Igreja no Brasil, convidamos todos a revitalizar a realidade de um profeta vivo em nosso coração e a cantar, como as crianças da Primária: “Segue o profeta, sem hesitar”.
Quando o rei Benjamim perguntou à congregação se acreditava no que ele dizia, “todos clamaram a uma só voz, dizendo: Sim, acreditamos em todas as palavras que nos disseste e também sabemos que são certas e verdadeiras, por causa do Espírito do Senhor Onipotente que efetuou em nós, ou melhor, em nosso coração, uma vigorosa mudança, de modo que não temos mais disposição para praticar o mal, mas, sim, de fazer o bem continuamente” (Mosias 5:2).
Quando os profetas modernos nos ensinam e perguntam a mesma coisa, devemos também ter a capacidade de testificar que experimentamos essa grande mudança no coração. Para obter tal experiência, devemos fazer determinadas coisas. Geralmente, essa mudança não acontece como um evento isolado. Na verdade, devemos trabalhar diariamente, fazendo coisas que confirmam que essa mudança está acontecendo. De fato, se não enchermos nosso coração diariamente com as coisas do Espírito, nossa mente ficará tão cheia com as coisas do mundo, que as espirituais terão grande dificuldade de permanecer lá.
Em seu discurso, o rei Benjamim nos ensina o que devemos fazer: “Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despojese do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai” (Mosias 3:19).
Paulo ensinou que, ao fazermos essas coisas, permitimos que a doutrina seja escrita nas “tábuas de carne do coração” (ver II Coríntios 3:3), significando que ela se tornou parte do que somos. Não só faremos as coisas certas, mas também nos tornaremos as pessoas certas.
Na conferência geral de abril de 1997, o Presidente Thomas S. Monson disse: “A decisão de mudar de vida e vir a Cristo é, portanto, a decisão mais importante da mortalidade. Mudanças drásticas assim acontecem diariamente por todo o mundo”.
Lemos em Alma, capítulo 5, nos versículos 12 e 13, a descrição de um milagre pessoal: “E (…) verificou-se uma grande mudança em seu coração. (…) E (…) também se verificou uma grande transformação; e eles humilharam-se e depositaram confiança no Deus verdadeiro e vivo” (Church News Viewpoint, 8 de março de 2008).
Os profetas sabem o caminho e enxergam o que não enxergamos. Quando “damos espaço” ao profeta e a seus ensinamentos em nossa vida, grandes bênçãos sempre advêm.
Para concluir, gostaria de compartilhar meu testemunho pessoal de como “dar espaço” trouxe grandes bênçãos para minha mãe e para mim. Em 1955, o primeiro templo do continente Europeu seria dedicado em Zollikofen, Suíça. O Presidente David O. McKay, profeta naquela época, iria dedicar o templo e os membros foram convidados a participar. Minha mãe usou todas as suas economias e sacrificou-se em uma longa viagem de mais de 800 quilômetros para participar da dedicação. Quando retornou, ela estava bastante ansiosa para compartilhar o que aconteceu. Quando começou a me relatar essa experiência espiritual, vi um brilho especial em seu semblante no momento em que ela disse que esteve na presença de um profeta do Senhor. Havia lágrimas em seus olhos e então ela disse: “Eu vi seu rosto, senti seu espírito; minha vida nunca mais será a mesma”.
Eu ainda não era membro da Igreja naquela época, mas sempre guardei aquele testemunho espiritual em meu coração, o que me levou mais tarde a aceitar o evangelho restaurado, e não somente Joseph Smith como Profeta, mas também o profeta na época do meu batismo, o Presidente David O. McKay.
Testifico que sei que o Presidente Thomas S. Monson é o nosso profeta atual e que ele defende a verdade, assim como os profetas antigos fizeram. Nós, membros da Igreja, precisamos também defender a verdade. Isso não nos tornará mais populares e poderemos ser perseguidos ou tornar-nos alvo de escárnio por acreditarmos em um profeta. Mas o Presidente Gordon B. Hinckley disse, certa vez: “Precisamos desesperadamente hoje (…) de líderes, homens e mulheres que estejam dispostos a defender algo, (…) especialmente quando não é popular fazê-lo. O problema com a maioria de nós é que temos medo de defender aquilo em que acreditamos, de ser testemunhas do que é verdadeiro e correto” (Standing for Something, pp. 167–168).
Que o Senhor nos abençoe ao defendermos a verdade de que existe um profeta na Terra atualmente.
Élder Charles Didier - Presidente da Área Brasil (Junho/2008)
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