O irmão Johnson fez uma pergunta para sua classe de Doutrina do Evangelho. Fez-se um longo silêncio que pareceu deixar todos desconfortáveis. Observando a aula, eu, que era o presidente da Escola Dominical, percebi que, quando alguns alunos estavam prestes a fazer um comentário, o irmão Johnson respondeu à pergunta e prosseguiu com a aula.
Isso é algo que pode acontecer nas aulas da Igreja e também quando ensinamos em casa. Aprendi que duas coisas são essenciais para incentivar os debates em sala de aula: (1) fazer perguntas que tenham mais de uma resposta possível e (2) dar aos alunos tempo suficiente para encontrar ou pensar na resposta.
Fazer Perguntas com Mais de uma Resposta
Se fizermos o tipo certo de pergunta, podemos iniciar bons debates em sala de aula. Os manuais da Igreja estão repletos de perguntas cuidadosamente elaboradas para incentivar os alunos a procurar as respostas quanto ao que está sendo ensinado ou ponderar e aplicar o que aprenderam.
Você pode fazer perguntas que exijam que os alunos examinem as escrituras ou as palavras dos apóstolos e profetas modernos para obter informações. Eis dois exemplos de perguntas que exigem pesquisa, baseados nas sugestões didáticas de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith: “Estude a seção que começa na página 52. O que o Salvador fez para que nos tornemos co-herdeiros Dele?” e “Estude a seção que começa na página 211. O que Joseph Smith ensinou sobre a importância de termos um corpo físico?”
Outras perguntas fazem com que os alunos pensem no significado do que leram ou que apliquem à própria vida o que aprenderam. Essas perguntas geralmente são feitas depois que os alunos se familiarizaram com o material da lição. Por exemplo: depois de fazer as perguntas acima, você pode fazer as seguintes perguntas para ajudar os alunos a ponderar e aplicar o que leram: “Quais são algumas maneiras pelas quais podemos mostrar ao Senhor nossa gratidão por Seu sacrifício expiatório?” ou “Como a compreensão da importância de termos um corpo físico afeta o modo como cuidamos de nosso corpo?”
Esperar a Resposta dos Alunos
Sejam quais forem as perguntas feitas, dê aos alunos tempo suficiente para pesquisarem a resposta ou pensarem nela. Os alunos aprenderão a responder às perguntas se souberem que você não vai responder no lugar deles.
Depois do que vi acontecer na classe do irmão Johnson, decidi medir quanto tempo os professores esperavam por uma resposta antes de eles próprios responderem à pergunta. Descobri que a maioria dos professores só espera dois ou três segundos, embora quando os abordei, eles achassem que tinham esperado muito mais tempo. Os alunos, por outro lado, disseram que precisavam de mais tempo para pensar na resposta.
Tentando ajudar os professores a conseguir que a classe participasse mais, eu os incentivei a contarem silenciosamente até 20 depois de fazerem a pergunta, dando tempo para que os alunos pensassem na resposta. Eles aprenderam a dizer coisas como “Vou dar-lhes um tempo para pensar” ou “Ponderem essa pergunta, depois vou pedir que respondam”. Quando os professores da minha estaca começaram a fazer isso, a participação da classe aumentou, e os alunos sentiram o Espírito ao começarem a “ensinar uns aos outros” (ver D&C 88:77).
Assisti a uma aula em que o professor deu mais de dois minutos para os alunos pensarem em uma pergunta relacionada à aplicação de uma doutrina do evangelho. Para mim, foi um tempo de serena reflexão. Senti o Espírito e compreendi algumas coisas sobre a doutrina que provavelmente não teria aprendido sem aqueles momentos para ponderar. Essa experiência, em particular, ajudou-me a compreender que dar aos alunos tempo para ponderar uma pergunta lhes dá tempo para pensar mais profundamente e ouvir o Espírito (ver 3 Néfi 17:1–3).
Sua classe ou família pode ter experiências espirituais semelhantes durante os debates, se você usar perguntas que não tenham uma única resposta e, depois, der-lhes tempo para ponderar antes de responder.
As Respostas dos Alunos Convidam o Espírito
“Quando criamos uma atmosfera de participação, aumenta a probabilidade de o Espírito ensinar lições mais importantes do que o professor poderia transmitir.
Essa participação trará para a vida deles a orientação do Espírito. Quando incentivamos os alunos a erguerem a mão para responder a uma pergunta, embora não se deem conta disso, [ao fazê-lo] eles indicam ao Espírito Santo que estão dispostos a aprender. Esse uso do arbítrio moral permite que o Espírito os motive e oriente com mais vigor durante o tempo em que estiverem juntos. A participação permite que as pessoas sintam que estão sendo conduzidas pelo Espírito. Elas aprendem a reconhecer e sentir o que é a orientação espiritual.”
Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, “To Learn and to Teach More Effectively” [Aprender e Ensinar com Mais Eficácia], The Religious Educator, vol. 9, nº 1, 2008, p. 6.
Fotografias: Welden C. Andersen
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