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sábado, 2 de julho de 2011

Começar a Agir


Relaxar no alto do penhasco pode parecer uma forma segura de evitar erros, mas também é uma forma de impedir o progresso.
ÉLDER VON G. KEETCH
Setenta de Área, Área Utah Salt Lake City
Conta-se a seguinte história sobre um grupo de bombeiros paraquedistas. Esses homens e mulheres corajosos combatem incêndios florestais pulando de paraquedas sobre um incêndio e combatendo-o de cima para baixo, enquanto outros o combatem do solo.
Durante um incêndio florestal particularmente extenso, uma equipe de elite de bombeiros paraquedistas se reuniu para receber instruções antes de decolar com seu avião. O despachante operacional de voo — um bombeiro muito sensato e experiente — disse aos paraquedistas que as coisas estavam muito instáveis e que não poderia dar-lhes instruções precisas. Em vez disso, instruiu o despachante, os paraquedistas deveriam contatá-lo pelo rádio assim que descessem sobre o cume de um penhasco que se erguia acima do incêndio. Então, ele lhes daria instruções quanto ao curso a seguir para começar o combate ao fogo.
Rapidamente os paraquedistas partiram em seu avião, desceram de paraquedas sobre o cume do penhasco, acima do incêndio, e reuniram-se para a ação. Como viam o fogo de cima, conseguiam divisar meia dúzia de caminhos possíveis que poderiam tomar para começar seu trabalho.
De acordo com o combinado com o despachante, o líder da equipe tirou da mochila o aparelho de rádio portátil, encontrou a frequência certa e chamou o despachante para solicitar instruções sobre qual caminho deveriam tomar. No entanto, só conseguiu captar ruídos no rádio e não ouvia o despachante de modo algum.
Supondo que o despachante estivesse ocupado com outras tarefas, os paraquedistas decidiram esperar dez minutos e tentar novamente. Mas quando tentaram contatar o despachante pela segunda vez, tiveram o mesmo resultado: apenas chiados e nada de instruções.
Os paraquedistas trocaram ideias entre si. Ainda conseguiam avistar vários caminhos que desciam pela montanha e que os colocariam em boa posição para combater o fogo. Mas ficaram preocupados com o fato de não terem recebido nenhuma instrução do despachante. Temiam que, caso começassem a seguir o caminho que melhor lhes parecesse, poderiam estar seguindo um curso contrário ao que o despachante queria que tomassem, o que os obrigaria a refazer os passos.
Então, decidiram esperar no topo do penhasco. Quinze minutos depois, tentaram chamar o despachante novamente. Nada. Tiraram as mochilas das costas e procuraram um lugar para sentar. Trinta minutos tornaram-se uma hora, e uma hora tornou-se duas. Ficavam sempre tentando contatar o despachante. Mas, como antes, captavam apenas ruídos.
Os paraquedistas decidiram almoçar. Em seguida, como ainda não conseguiram contatar o despachante, reclinaram-se sobre a mochila e tiraram um cochilo. Estavam frustrados. Se o despachante simplesmente lhes desse atenção e lhes indicasse o caminho a seguir, é com satisfação que o trilhariam e iniciariam seus esforços de combate ao fogo. Mas o despachante parecia ignorá-los, provavelmente preocupado com os outros. Decidiram que não iriam se mover sem instruções dele. Afinal, tais instruções lhes tinham sido prometidas antes de descerem de paraquedas sobre o penhasco.
Sete horas após os paraquedistas terem chegado ao topo da colina, um chefe de equipe do grupo que combatia o incêndio mais para baixo da montanha subiu a trilha e, esgotado, encontrou os paraquedistas. Ele estava perplexo. Aproximando-se do líder, perguntou: “O que estão fazendo aqui descansando em cima do penhasco? Precisamos muito de sua ajuda. O fogo quase nos escapou ao controle porque não tínhamos quem nos ajudasse a contê-lo. E durante todo esse tempo vocês estavam relaxando aqui em cima no penhasco?”
O líder dos paraquedistas explicou sua situação ao chefe da equipe. Tinham recebido a promessa de contar com instruções do despachante. Eles haviam sido vigilantes na tentativa de obter essas instruções. Mas o despachante os ignorou, sem nunca responder a suas chamadas. Era verdade que eles conseguiam ver vários caminhos até o fogo. Mas temiam tomar o caminho errado. Por isso, decidiram esperar as instruções do despachante, conforme o prometido.
O chefe de equipe estendeu a mão e pegou o pequeno rádio que os paraquedistas estavam usando. Caminhou então cerca de 50 metros por uma das trilhas que desciam em direção ao fogo. Parou e experimentou usar o rádio. A voz do despachante soou alta e clara. O chefe de equipe voltou então ao topo do penhasco e desceu cerca de 50 metros, por outro caminho. Parou e chamou o despachante. De novo, ouviu imediatamente sua voz.
O chefe de equipe caminhou de volta até os bombeiros paraquedistas e jogou o rádio para o líder, dizendo: “Vocês estão em uma zona sem recepção. Bastava começar a descer por uma das trilhas, e o despachante poderia facilmente ter-lhes transmitido correções de curso e os conduzido diretamente ao local em que necessitávamos de vocês. Em vez disso, vocês ficaram relaxando aqui e foram totalmente inúteis para nós”.
Muitas vezes em nossa necessidade de orientação e direção espiritual, podemos ser tentados a fazer exatamente o que os paraquedistas fizeram. Encontramo-nos em território desconhecido. Vemos vários caminhos possíveis, mas não temos certeza sobre qual tomar. Foram-nos prometidas inspiração e ajuda de nosso Pai Celestial. Mas nem sempre essa ajuda vem de imediato. Ficamos frustrados e decidimos simplesmente sentar e esperar até que venha a orientação prometida. Esperamos, esperamos e esperamos, perguntando-nos por que o Despachante divino não nos ajuda com nosso curso.
Ao fazer isso, ignoramos um importante princípio da revelação. Nosso Pai Celestial espera que usemos nossa inteligência, habilidade e experiência para traçar nosso curso inicial. À medida que avançarmos no caminho que escolhemos, estaremos em condições bem melhores de receber as correções de curso que Ele desejar transmitir-nos. Mas se simplesmente deitarmos sobre o penhasco e reclinarmos a cabeça sobre a mochila, até que Ele nos dê uma instrução, corremos o risco de nos encontrarmos em uma zona morta espiritual.
O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
“Espera-se que usemos a luz e o conhecimento que já possuímos para lidar com os problemas de nossa vida. Não precisamos que uma revelação nos instrua a sair e cumprir nosso dever, porque isso já nos foi dito nas escrituras; tampouco devemos esperar que a revelação substitua a inteligência espiritual ou física que já recebemos. Ela simplesmente vai ampliá-la. Precisamos seguir adiante com nossa vida normalmente, trabalhando todos os dias, seguindo as rotinas, regras e normas que governam a vida.
As regras, normas e os mandamentos são uma proteção valiosa. Se precisarmos de uma instrução revelada para alterar nosso curso, ela estará nos esperando ao longo do caminho, assim que chegarmos ao ponto em que necessitaremos dela.” 1
Testifico que a melhor e mais clara orientação que recebemos na vida não vem quando ficamos apenas à espera de que o Pai Celestial nos envie ajuda e orientação, mas quando nos ocupamos zelosamente em realizar uma tarefa. Para vocês que estão esperando que o Senhor lhes dê orientação em sua vida — que precisam de ajuda com uma decisão ou questão importante — deixo-lhes este desafio: Em espírito de oração e com muito cuidado usem sua própria inteligência e seus próprios recursos para escolher um caminho que lhes pareça certo. Depois, empenhem-se zelosamente em seguir esse caminho (ver D&C 58:26–28). Quando chegar o momento de uma correção de curso, Ele estará ao lado para ajudá-los e orientá-los.
A melhor e mais clara orientação que recebemos na vida não vem quando ficamos apenas à espera de que o Pai Celestial nos envie ajuda e orientação, mas quando nos ocupamos zelosamente em realizar uma tarefa.

A Liahona - Julho/11

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